quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O Casamento

Bem, como da última vez a história não teve um final perfeito, desta vez será um pouquinho ao contrário.
Espero que gostem ...




« Este será o dia mais importante da minha vida. O dia em que me irei sentir a mulher mais feliz do mundo. O dia em que a minha vida mudará porque para sempre a irei partilhar contigo.
Este foi o meu pensamento quando acordei ás 6 horas da manhã do dia do meu casamento.
Levantei-me com toda a energia a percorrer o meu corpo. Eu estou em êxtase!
Tomei um descansado banho para relaxar e dirigi-me, juntamente com a minha mãe, para o cabeleireiro.
Dentro de algumas horas serei uma mulher casada! Este pensamento latejante não me largava.
O vestido caía sobre o meu corpo perfeitamente. Era o vestido digno de uma princesa, o vestido com que eu sempre sonhara e que quando o vesti pela primeira vez fiquei com as lágrimas nos olhos ao me aperceber que era o tal.

Eu estava perfeita! Estava pronta.
Á porta da igreja os nervos começaram a atingir-me mais forte e o meu pai só me dizia:

- Vai ser perfeito minha querida.

Lentamente as portas abriram-se e a música começou a tocar.
De braço dado com o meu pai comecei a percorrer aquela passadeira vermelha que me levaria de encontro aos teus braços.

Olhei em frente com toda a confiança perscrutando com os meus olhos todo aquele local fascinante indo ao encontro dos teus olhos castanhos e profundos.
Mas quando olho em frente, para o altar, onde deverias estar... Não te encontro.
A graciosidade dos meus passos parou, senti as lágrimas a crescerem nos meus olhos e o coração a bater descompassadamente.
Gritei!

Perdi a força nas pernas e embati contra o chão ficando no meio de metros de tecido.
O meu pai ajoelhou-se do meu lado tentando acalmar-me e acho que foi a tempo de me agarrar quando desmaiei!

(...)

Já se passaram alguns meses. Na primeira semana depois do sucedido liguei-lhe imensas vezes para pedir uma explicação. Nunca obtive qualquer resposta.
No dia em que ganho coragem suficiente para sair de casa, mais tranquila depois de tudo o que se passara dou de caras contigo correndo as ruas da cidade de mãos dadas a uma galdéria qualquer.
O sangue subiu-me à cabeça nessa altura... Agarrei-me com os pés ao chão repelindo a vontade que tinha de te dar umas quantas chapadas.
Olhas-te para mim do outro lado da rua, paras-te e fixas-te os teus olhos nos meus.
Reparas-te que algo cintilava na minha mão. Não, nunca o tirei! Nunca tirei o anel de noivado que me tinhas oferecido no dia em que ao pé do lago iluminado te tinhas ajoelhado e me pedido para ser tua mulher.
Pela tua reacção acho que ficas-te surpreendido por não o ter tirado.
Continuamos a olhar um para o outro durante breves minutos até que me apercebo que mandas-te a maldita da galdéria ir dar uma volta e que estás a atravessar a rua para vir ter comigo.

Acho que de longe se notou o pânico nos meus olhos e as minhas mãos trémulas que eu de tudo fazia por esconder.
Já conseguia sentir o cheiro do teu perfume. Aquele cheiro que sempre me maravilhara e sempre me dera arrepios.
Oh Meu Deus! era tudo o que a minha cabeça emitia naquele momento.

- Querida, olá!

Querida? Mas como é que tens a distinta lata de me chamar querida.
E porque é que eu estou aqui a fazer de conta que sou forte quando de verdade só quero é lançar-me nos teus braços e chorar?
Continuou:

- Sei que não deves querer falar comigo mas, por favor, acompanha-me. Não precisas de dizer nada, apenas deixa-me falar.

Não dava para descrever o que senti ao ver-te com outra mulher que não eu, o meu coração estava agora ainda mais partido do que estava anteriormente.
Começamos a andar rua fora, eu não havia ainda pronunciado uma palavra.
Não conseguia deixar de olhar a profundidade dos teus olhos castanhos e de me relembrar da doçura dos teus lábios encarnados que sempre me fascinaram.

Começas-te por explicar que não estavas junto com aquela mulher. Que não podias sequer ter algum tipo de relacionamento com ela. De todo não estava a acreditar no que dizias.
Disseste-me que na noite anterior ao nosso casamento descobris-te que o teu pai tinha uma filha fora do casamento, que tinha traído a tua mãe e com toda a discussão daquela noite o teu pai tinha ido para o hospital com indicios de um ataque cardíaco. Infelizmente faleceu nessa noite!
E aquela galdéria, como eu lhe tinha chamado, é tua irmã.
Foste buscá-la a Nova Iorque no dia seguinte pois ela não tinha nada nem ninguém e apesar da aparência apenas tinha 15 anos.

Os meus olhos enchiam-se de lágrimas por ti, por não te ter procurado e estado ao teu lado no momento em que mais precisavas de mim, do meu apoio e do meu Amor incondicional.
Perdoa-me - pensava!

Paras-te!
Falei pela primeira vez:
- Que se passa ?

Já havia anoitecido à uns minutos e ao olhar para a frente parei também.
O Nosso Lago estava iluminado com as mais bonitas luzes que eu algum dia contemplara, ao fundo conseguia ouvir o som da música que tinhamos escolhido para o nosso casamento.

- Dás-me a honra desta dança? - perguntas-te.

Não falei, acho que estava demasiada atónita com tudo aquilo, apenas te entreguei a minha mão e contemplas-te o anel que nela descansava.
Tiraste-mo.
Não!!! - gritei.

- Shhhh, tem calma. Dança comigo.

E durante alguns minutos dançamos. Os nossos corpos bem juntos, eu sentia o bater do teu coração...
Quando a música parou continuas-te:

Eu não me sentia com forças para encarar ninguém nem mesmo para te devolver as chamadas. Sentia vergonha pelo meu pai!
Depois de ir buscar a minha irmã isolei-me uns tempos na montanha. Voltei à uns dias.
Perdoa-me por favor. Não merecias que te fizesse sofrer nem que te deixasse plantada no altar.
Compreendo se não me perdoares. Se nunca mais me quiseres ver, eu compreenderei, mas primeiro...

Ajoelhaste-te novamente, olhas-te directamente para os meus olhos e do bolço tiras-te uma pequena caixinha preta de veludo.
Abriste-a!
O anel era ainda mais bonito que o anterior. A sua simplicidade estonteava-me.

- Queres casar comigo? Prometo que te farei a mulher mais feliz do mundo!

As lágrimas corriam sobre o meu rosto, não conseguia pronunciar uma única palavra.

No momento em que fechavas a caixa, já com as lágrimas nos teus olhos que tinham perdido o brilho da esperança eu disse:

- Sim!

Dos teus olhos caiu um pequena lágrima. Ajoelhei-me ao teu lado e beijei-te como à muito não te beijava. Abracei-te como à muito anciava por te abraçar.
Ficamos assim sentados, durante horas, sem pronunciar uma palavra.

Durante meses planeamos o nosso casamento para que tudo fosse perfeito.
Eu estava feliz e tinha em ti a maior das confianças!

Chegou o dia e todo o mesmo 'ritual' foi realizado.
Quando chegou a altura das portas da igreja abrirem eu não podia estar mais assustada.
Com medo que novamente ao olhar para o altar não te encontrasse.
Assim, logo que as portas abriram e eu comecei a andar lado a lado com o meu pai olhei para o altar e lá estavas tu. Mais perfeito que nunca, com um brilho nos olhos que eu nunca antes presenciara.
A partir desse momento comecei a andar descansada e graciosamente até chegar ao altar.
Trocamos as alianças que de novo tinhamos escolhido e olhas-te bem nos meus olhos nesse momento para me deliciar com o teu:

- Amo-te!

Este foi o dia mais feliz da minha vida, juntamente a todos aqueles que tenho vindo a passar ao teu lado.

- Amo-te, sempre te Amei, e sempre te vou Amar ... »

3 comentários:

  1. muito obrigada e claro que já sigo também! é um mimo o blog*

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  2. oh :$ ainda hoje.. me solta um sorriso a ler estes teus textos lindos :$

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