sábado, 30 de abril de 2011

Nature #5


O sol despertou-me cedo com a sua intensidade luminosa; pouco passava das sete da manhã. Ele havia desaparecido novamente e a bandeja do pequeno almoço repousava ao meu lado debruada com um pequeno bilhete:

«Não tiveste receio de te aconchegares em mim.
Há muito que não sentia o contraste quente que é uma pele suave contra a minha.
Há muito que não sentia um aroma tão possante, tão doce, tão feminino.
Anseio pela noite que se aproxima.


Um beijo,
D.»

Um sorriso formou-se nos meus lábios e comi com uma maior satisfação. A vontade de voltar aos livros surgiu do nada e não perdi tempo. Abri o pequeno armário de onde retirei um pequeno vestido branco que me assentou perfeitamente.
Abri o livro e duas frases em latim fizeram-me estremecer:

«They illic es Per unus causa
Vis is postulo ut of pondera»

Eles existem por uma razão. A natureza precisa de equilíbrio. E eu percebia bem o que aquelas palavras significavam. O assunto, nas últimas páginas que tinha contemplado no dia anterior, eram os vampiros. O equilíbrio a que se referia aquela frase era aquele que existe entre o quente e o frio, o vivo e o morto, o ser que sente e aquele que há muito deixou a sua humanidade para trás. Dizia também que, aqueles que sentiam, eram os que amavam com mais intensidade. Todas estas lengalengas prendiam-me a cada página, à ideia do conhecimento único e absoluto que continham. O tempo passava sem eu dar por ele, as letras iam-me preenchendo e o medo tomava uma posição no meu coração. Fazendo uma pequena síntese sobre todos os textos que tinha percorrido concluí que os vampiros datavam uma existência maior do que os próprios livros que eu lera que já de si eram antigos; perdiam a sua humanidade com o passar das décadas; eram frios pois o sangue deixara de percorrer as suas veias e tornavam-se astutos e inteligentes com a idade. 
A casa estava quente neste meio de tarde e estava realmente a precisar de um banho para refrescar a mente e acalmar o corpo. Sentir a água que me envolvia o corpo deixava a minha mente num estado de paz elevado, como se por instantes tudo tivesse sido esquecido, como se tudo à minha volta se tivesse dissipado. Saí da casa de banho enrolada na toalha branca e sedosa, com os cabelos loiros soltos e rebeldes e reparei nele, sentado pomposamente na poltrona onde relaxava todas as noites a olhar-me dormir. Era encantador, de uma beleza antiga e moderna ao mesmo tempo, quase medieval. Os olhos azul turquesa chamavam-me à atenção. O toque que se pronunciou no meu pescoço fez-me estremecer. A toalha caiu. O beijo surgiu quente e urgente. Deixei-me levar...

2 comentários:

  1. É querida, bem vejo que continuas a escrever tão bem como antes...
    sumi daqui, mas vou voltar, prometo!
    Ah, ainda mais agora que a minha musica preferida toca por aqui!! *__*
    bjus e bom fim de semana!

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  2. Olhos Azuis??
    É é.. cá para mim querias um com olhos azul turquesa :b

    :$ Ele é vampiro??

    :b Vá mi conta o resto *.*
    Hoje tens de escrever a continuação.. :$


    Deixa-te é levar por mim..

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