sábado, 11 de junho de 2011

(...)

 
O meu corpo jazia inerte sobre a cama. O meu rosto transmitia calma, serenidade e leveza. Os meus olhos translúcidos observavam aquela imagem com uma certa mágoa. Doía ver o quão rápido terminara a jornada da minha vida.
Olhei em minha volta, observei os meus pertences, aproximei-me do meu pequeno peluche preferido e uma lágrima de cristal caiu, impávida e serena sobre os pelinhos fofos do urso. Havia algo que me dizia que a minha jornada não estava completa, que deveria fazer algo antes que aquela luz grande, forte e brilhante me alcançasse fazendo-me subir as escadas de mármore branco que pareciam jamais terminar.
O meu coração começou a palpitar, como se fosse sair pela minha boca a voar em busca daquele que encaixaria nele como a peça de um puzzle. Aproximei-me da janela e peguei na pequena moldura cor-de-rosa que a decorava. Ele era lindo! Como um anjo caído do céu, como uma célebre luz brilhante que ofuscava os meus olhos; como o ser mais perfeito algum dia criado por Deus. Era como se o meu coração aclamasse por ele, como se cada lágrima que agora caia chamasse pelo seu nome... Meu Deus, era um frenesim de sentimentos este que percorria o meu espírito. As minhas pernas tremiam e o único pensamento que latejava na minha mente era o de o encontrar.
Fechei os olhos e concentrei-me nas suas feições angelicais, apertei as mãos contra o peito para que o meu coração de lá não saísse disparado e inalei profundamente o ar que me rodeava.
A atmosfera mudara, o ar que me circundava possuía um aroma diferente, adocicado. Abri os olhos lentamente. Ele estava deitado sobre a cadeira, com os olhos cerrados com tanta força que juraria a si mesmo que nunca mais seria capaz de os abrir, não possuía a capacidade de contemplar um mundo onde o seu único amor não mais existiria. Não era capaz de viver recordando-se de um sorriso que se perdeu, de um olhar brilhante que jamais voltaria a observar, não se julgava corajoso ou viril ao ponto de viver sem aquela que havia trazido felicidade à sua vida. As lágrimas caíam dos seus olhos e delineavam aquela pele morena até ao pescoço. A sua dor fazia-se sentir no meu peito, era como se algo batesse no meu coração como uma pedra e me magoasse tanto que não me deixava ter forças.
Aproximei-me dele e afaguei-lhe o cabelo. Sempre o fizera de cada vez que os nervos dele ressaltavam a flor da pele, sempre o acalmara.
Queria fazer-me sentir, queria que ele soubesse que estava ali com ele. Olhei para cima, como se o tecto tivesse sido agora substituído por um céu azul celeste ornado por nuvens brancas e brilhantes, e pedi para que alguém ouvisse as minhas preces.
- Abre os olhos - sussurrei baixinho. Senti o arrepiar que percorreu o seu corpo e o quanto o seu coração disparou quando ouviu a minha voz. Ele abriu os olhos lentamente, como se o que fosse ver lhe atormentasse a alma.
- Oh! meu Deus. - O rosto dele, que anteriormente reflectia dor e pesar irradiava-se agora de felicidade, alivio.
- Shhh. Não digas nada, apenas ouve o som da minha voz - pedi-lhe delicadamente enquanto as mesmas lágrimas de cristal voltavam a  percorrer o meu rosto. - Isto não é o terminar de uma jornada para ti, é apenas o início de um novo capítulo, o culminar de algo onde já não haviam caminhos a percorrer. És um anjo, sempre o foste, sempre me guias-te e eu, prometo, que te guiarei sempre, onde quer que vás, eu irei contigo. Nunca te irei esquecer, nunca esquecerei o que significas-te na minha vida... Não te esqueças de mim também, relembra apenas os sorrisos, os momentos de amor e felicidade e o quanto signifiquei para ti. Não guardes a dor, ou a raiva por ter partido, guarda-me no teu coração e lembra-te que um dia pertencemos um ao outro. E que isso te traga felicidade, alegria e te encha de outros sentimentos bons. - Ele aproximou-se de mim como se o toque fosse mostrar-lhe que eu ainda estava presente e que tudo aquilo não passaria de um sonho.
- Tu... estás aqui.
- Apenas por breves momentos, meu amor - respondi. Diminuí a distância que nos separava e coloquei-me em bicos de pés para que pudesse dar-lhe um último beijo, um beijo sentido. Ele ficou a tocar nos lábios como se algo mágico tivesse acontecido; estava incrédulo. - Lembra-te, sempre que pensares em mim, eu estarei ao teu lado, sempre que precisares de mim eu sussurrarei ao teu ouvido o quanto ainda te amo. - As lágrimas que percorriam a sua face eram de dor, de quem havia perdido a razão para viver, a quem as forças tinham tirado.
- Princesa, eu Amo-te... hoje, e para sempre. - Os olhos dele estavam presos em mim, como se um desvio de olhar me fizesse desaparecer, como se o culminar daquele momento fosse o culminar da sua vida.
- Adeus meu amor, que os anjos te acompanhem - e a minha imagem desapareceu dos seus olhos enquanto eu voltava para o meu quarto.
A luz ainda lá permanecia, como se me quisesse obrigar a deixar para trás todos aqueles que amo, atraía-me como mel às abelhas, fazia-me chorar.
- Um dia voltarei - sussurrei e fui puxada para dentro daquilo que passaria a ser o meu Novo Mundo.

4 comentários:

  1. Ainda me lembro..
    Quando te mandei ler isto..
    Começas-te lá po meio a querer chorar :D
    E eu.. pronto bebe, eu choro contigo para não parecer mal :$.. hihihi... e lá saltas-te um sorrisinho e... estúpido --' (que vicio feio agora)....
    Haaa, tirando a parte que, estavas a fungar quando escrevias isto :$.. que cutchizinho :b



    :$.. mas sim babe, estão muito bonito o teu texto.. Muito mesmoo... é a condizer com a pessoa que és... ROMÂNTICA :D

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  2. Oh, tu também fungas-te aldraboso :D
    Oh, :D

    Gosta, gosta?

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  3. Funguei nada...
    xixaaaaa --'

    :$ Eu Gostaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa :D

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