terça-feira, 21 de junho de 2011

Hold me tight



As palavras já não servem para descrever...

Sentei-me na areia fria com a música a ressoar demasiado alta nos meus ouvidos.

Chest to chest
Nose to nose
Palm to palm
We were always just that close
Wrist to wrist
Toe to toe
Lips that felt just like the inside of a rose
So how come when I reach out my fingers
It feels like more than distance between us

O sol deitava-se sobre as ondas agitadas. Era o primeiro pôr-do-sol que alguma vez vira. Talvez não na ocasião mais perfeita. Encostei os joelhos ao peito e suspendi a respiração por uns segundos. Queria perder-me daquela realidade. Atirei o Ipod para a areia sentindo a revolta crescer dentro de mim. As lágrimas começaram a percorrer o meu rosto sem que houvessem palavras para descrever o motivo delas serem fruto de uma mágoa pomposamente guardada. Ouvi a crueldade das ondas a embaterem contra as rochas e desejei que embatessem contra mim para que eu  não tivesse consciência do peso que feria o meu coração. Uma dor real abstrair-me-ia de qualquer dor psicológica. Peguei num caderno de folhas lisas e comecei a escrevinhar qualquer coisa. A certo ponto pensei que pintara a paisagem que deleitava os meus olhos. Quando olhei para a página que anteriormente se apresentada despromovida de cores e deparei-me com uma folha debruada de pequenas palavras escritas tanto na horizontal como na diagonal. Ali e acolá  viam-se algumas na vertical. Amo-te. As lágrimas pingavam, incessantes, sobre a tinta da caneta esborratando-a.
Tirei as sabrinas e ao seu lado coloquei o pequeno caderno. Caminhei pela areia fina até ao mar e senti a água gelada colidir contra os meus pés causando um arrepio em todo o meu corpo. Avancei um pouco mais até as ondas alcançarem os meus tornozelos. A dor que me arrebatava era tão profunda que há muito deixara de sentir a frieza da maré. Não era suficiente. Coloquei a camisola de alças preta cuidadosamente sobre a areia junto dos calções de ganga clara. Avancei pela água escura ornada pelos tons do céu e senti o sangue a gelar. As lágrimas eram poderosas mas não afastavam a dor. A água esbatia-se nos meus joelhos quando senti uma leve pinga cair-me sobre os lábios. Começara a chover. As gotas da chuva aqueciam-me a pele reconfortando-me. Segundos depois já não era apenas uma gota aqui e ali. Chuvia intensamente.
- O que é que tu estás aí a fazer? Estás louca? - Inquiriu uma voz atrás de mim. Virei-me lentamente reconhecendo aquele tom suave e meigo. 
Comecei a correr com dificuldade contrariando a força das águas. A areia colava nos meus pés molhados e dificultava-me também a corrida. Ele esperava-me de olhos esbugalhados e com uma toalha na mão.
- Sou louca sim. Sou louca por ti! Sempre fui. Sempre serei!

7 comentários:

  1. Claro que consegues querida. Pensa positivo :)

    ResponderEliminar
  2. Não sei bem, nunca dá para saber ao certo a nota que vamos ter principalmente em Português que podem descontar por tudo e por nada. Mas pelo menos dá para fazer a disciplina, como não preciso de português como prova de ingresso, estou mais descansada.

    ResponderEliminar
  3. Pois, qual é a média que precisas para o teu curso?

    ResponderEliminar
  4. Mas tens sempre média superior à do ano passado. E sabes lá tu se este ano as médias não baixam?
    Vais conseguir entrar no curso que queres com certeza, não stress's antes do tempo que não vale a pena.

    ResponderEliminar
  5. Oh que texto lindo amor..
    gostei muitooo.. imenso <3

    ResponderEliminar

Leave your thoughts;
Someday they'll become more than just a dream ♥