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quinta-feira, 3 de março de 2011

Castelo nas Nuvens #4


Chorei a tua ausência, chocada, magoada, meia perdida no meio de um jardim lindíssimo. As flores murchavam ao ritmo acelerado que as minhas lágrimas caíam... A relva verde e viçosa tornava-se acastanhada. Os meus sentimentos tornavam este jardim um lugar escuro e amedrontador... Não queria estar aqui, não sozinha, não perdida no meio de trevas que haviam aparecido para me levarem para longe.

- Meu amor... porque chorais?

O meu rosto vira-se e deparo-me com a beleza estonteante do costume... Beleza esta que sempre deixara meu coração aos pulos e a explodir amor. Levantei-me segurando firmemente em meu vestido que agora se encontrava sujo e molhado... Impróprio de uma princesa. Decepcionada com a minha indumentária corri para o palácio trancando-me nos meus aposentos. Retirei aquele vestido e atirei-o pela janela considerando-o lixo. O vento entrou relembrando o aroma a rosas que o meu corpo possuía. O mais belo dos vestidos repousava agora no meu corpo e eu estava pronta para receber o meu amor em meus braços. Desci as escadas pomposamente recebendo a sua mão junto dos últimos degraus.

- Que pretendeis fazer hoje princesa minha? Dançar? Cantar? Ler? Dizei-me e todos os vossos sonhos tornarei realidade.
- Pretendo apenas falar belo príncipe...  o porquê da sua ausência? Julguei tê-lo perdido! Cruéis pensamentos me chegaram... pensei nunca mais envolve-lo nos meus braços. Julguei nunca mais ser envolvida pelos seus beijos. Por onde andastes?
- Peço-lhe perdão bela rainha. De todo não era minha intenção trazer mágoa e medo a seu peito. Que poderá este coração apaixonada fazer por vós?
- Tornai-me vossa... para sempre!
- Nada mais desejo majestade, nada mais pretendo senão prender a sua vida à minha e tornar nossos corpos e nossos corações num elemento único e inquebrável.

Nossos lábios juntaram-se apaixonadamente e perdemo-nos na beldade de todo um conjunto de sentimentos. Seus braços elevaram meu corpo investindo em direcção ao quarto. Enquanto me pousava na cama seus beijos já percorriam entusiasticamente o meu corpo ao mesmo tempo que as suas mãos o envolviam carinhosamente. A sua respiração estava ofegante e essa sua reacção deixava todo o meu corpo num enorme arrepio sem fim.

- Que o mundo seja eternamente nosso - sussurrou-me ao ouvido...

quarta-feira, 2 de março de 2011

Castelo nas Nuvens #3


O cansaço posicionou-se em nossos corpos após aquela deflagração de amor. Adormeci com a cabeça levemente repousada em seu peito abraçando-o para que não saísse de perto de mim... Quando o sonho se propagou pela minha mente eu não o esperava. Ou mesmo que estivesse à espera, esperaria algo fantástico e digno de uma princesa, não de um aterrorizador pesadelo que me levasse ás lágrimas. Apesar de saber que me encontrava embrenhada num sonho um tanto ou quanto cruel não haviam em meu corpo forças suficiente que me permitissem abandonar aquele sono profundo. Eu sabia que estava agitada, e todos os movimentos efectuados pelo meu corpo deviam-se ao facto de eu tentar escapar de algo que, com grandes redes, me prendia. Quando aquelas trevas abandonaram o meu espírito acordei. Olhei em meu redor procurando algo que me assustasse o suficiente para que gritasse e fugisse. O meu espanto foi grande quando me deparei com um quarto onde a única pessoa que lá residia era... eu! Olhei em frente, mirando ao espelho o meu visual desajeitado, nada digno de uma rainha ao mesmo tempo que me deparei com um tabuleiro com o pequeno almoço. Sempre adorara torradas; ele sabia-o bem. Aproximei-me daquele objecto e abri o pequeno postal que lá sossegava: «Meu Amor...» dizia. Desfrutei de todas aquelas voluptuosidades e em seguida banhei-me em pétalas de rosas selvagens pois estas davam ao meu corpo um aroma mais intenso, adocicado e prolongado. Adornei-me com o mais belo dos vestidos e decorei-me com o melhor penteado. Desci as escadas sumptuosamente esperando vê-lo esperar por mim. Mas tudo o que encontrei foi o entoar da minha voz! Corri todas as salas, saletas, quartos, cozinhas, jardins internos e externos em busca daquele que, na noite anterior, havia roubado o meu amor deparando-me somente com a sua ausência. Sentei-me no chão do jardim, rodeada por metros de um lindíssimo vestido, chorando a sua perda.
Onde estás meu amor...?

Continua...

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Castelo nas Nuvens #2


Após o final da nossa dança beijas-te a minha testa e acompanhaste-me até ao meu quarto. Ajudaste-me a despir e de cada vez que os teus dedos tocavam na minha pele eu sentia um arrepio subindo pelo meu corpo e o fraquejar das minhas pernas. Apesar de eu ver no teu olhar que não havia nenhuma intenção amorosa sentia o teu arrepiar de cada vez que me tocavas. Vestiste-me a camisa de noite. Era branca, suave e confortável e cobria o meu corpo até aos pés. Pegaste em mim e deitaste-me na cama aconchegando-me como se eu fosse uma criança. Depositas-te um beijo na minha testa e avanças-te até à porta em sinal da tua partida.

- Não te vás amor meu. Permanece!

Neste tempo não era natural que dormíssemos no mesmo quarto, quanto mais na mesma cama...

Olhas-te para o meu rosto e viste no meu olhar o implorar da minha voz. Voltaste-te e sorris-te caminhando na minha direcção. Senti o teu corpo colocar-se ao lado do meu suavemente e a tua respiração contra o meu pescoço deixava-me encrespada. Beijei os teus lábios de príncipe não deixando que contestasses a minha decisão. Ficas-te reticente inicialmente mas correspondes-te apaixonadamente ao meu chamamento. As tuas mãos começaram a perder-se no meu corpo enquanto eu me perdia em toda a tua essência. O toque dos nossos corpos juntos fazia magia. Havia quem dissesse que este sentimento era puro pecado e que mais tarde teríamos de responder perante Deus; mas desde quando é que expandir o nosso amor até ao profundo infinito poderia ser considerado pecado? Nós estávamos dispostos a quebrar todas as regras; o nosso Amor valia muito mais do que tudo o que se pusesse no nosso caminho. O teu corpo nu contra o meu fazia com que calores estranhos me percorressem. O que tu me fazias sentir ia além do imaginável, do descritível, do logicamente possível. Os teus beijos no meu pescoço endoideciam-me. Era o nosso amor expandido da forma mais real, mais verdadeira... Era o nosso momento perfeito, as nossas horas de prazer e de singularidade...

Continua...

Castelo nas Nuvens


Compras-te um castelo nas nuvens para nós. Ontem levaste-me lá. Fiquei parada no fundo das escadas admirando, assombrada, toda aquela beleza. Pegas-te em mim ao colo e começas-te a subir aquelas escadas fofas feitas de nuvem sem nunca retirar os teus olhos castanhos do meu rosto. Eu mirava-te atentamente. Aquele brilho que os teus olhos ostentavam... só tu poderias tê-lo; só uma pessoa como tu! Chegamos ao final daquelas escadas que nos levariam a um cantinho que seria somente nosso... Abris-te as grandes portas brancas debruadas a ouro e o barulho das mesmas entoou pelas centenas de salas e quartos que o nosso palácio continha. O primeiro passo para dentro daquelas portas colossais culminou num beijo apaixonado e ao colocares-me, suavemente, no chão abraçaste-me e sussurras-te ao meu ouvido: «Amo-te princesa minha». Pegas-te na minha mão como se de uma verdadeira princesa se tratasse e dirigiste-me até um quarto deixando-me à porta. Entrei sozinha e maravilhada com a visão que os meus olhos obtinham daquela divisão. A cama, antiga e grande, era digna de uma rainha. A pequena cómoda que se encontrava defronte da mesma possuía um espelho com entalhes orlados a ouro. O quarto em tons dourados e rosa deixava-me estonteada, maravilhada e perdida no meio de tamanha beleza... Abri o pequeno guarda vestidos e deixei-me cair perante a formosura de vestidos primorosos dignos de alguém da realeza. Aquele vestido azul, da cor dos mares mais límpidos, ficou na minha mente. Peguei nele e coloquei-o sobre meu corpo avaliando, ao espelho, como me ficaria. Despi-me lentamente e coloquei aquele vestido majestoso. Sentei-me na cadeira mirando o meu rosto, penteando o meu cabelo... Desci as escadas envergando uma beleza que nunca antes sentira em mim. Ao fundo das escadas, enfeitadas com uma longa passadeira vermelha, esperavas-me tão belo quanto eu me sentia. Pegas-te em minha mão ajudando-me a descer os últimos degraus e levaste-me até à sala de baile. Um senhor bem vestido estava prontamente sentado ao piano de cauda que eu sempre sonhara ter. A música começou a tocar suave e tu posicionas-te o teu corpo correctamente junto ao meu. Começamos a balançar os nossos corpos ao som daquela melodia percorrendo toda a sala com passos sumptuosos; perdendo-nos na beleza um do outro e no amor que fluía...

Continua...