terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A dor



« Estava uma perfeita manhã de Primavera... Os primeiros raios de sol haviam raiado há umas horas e batiam na minha janela da forma mais perfeita. Sempre me fascinara viver no meio da Natureza, acordar com os primeiros raios de sol, com o chilrear dos pássaros, observar o quanto colorida a vida poderia ser.
Ao acordar e contemplar aquela manhã deu-me uma subita vontade de sair lá fora e aproveitar aquele dia!

Vesti-me, fui ao café do costume tomar o pequeno almoço e fui vagueando pelo meio das árvores que estavam agora repletas de pequenos rebentos que dentro de semanas se formariam nas mais belas flores de cerejeira, as flores que ainda descansadas dormiam à espera que o sol lhe batesse para que esplendorosamente se podessem abrir com a suavidade da pele de um bebé.

Desde pequena que percorria aqueles caminhos descalça. Canalizava toda a energia que aquela natureza me podia dar. Hoje não era excepção!
Caminhava sem destino, por sitios onde nunca antes tinha caminhado. Os raios quentes do sol refletiam o melhor do meu cabelo dourado, faziam-me sentir quente e acomodada.

Parei... Encontrei o destino que sem saber procurava!
Era o prado mais perfeito que já tinha contemplado, as flores sumptuosas estavam já abertas, com um lilás de vários tons que, com o sol, iluminavam toda aquela clareira...
Sentei-me. Apreciava cuidadosamente toda aquela beleza, aqueles tons da natureza...
Corria um pequena brisa perfeita que fazia balançar os meus cabelos loiros com o som que pronunciava...
O sol estava quente! Sentia-o no meu peito e nas minhas pernas, fazendo com que aquela exposição fizesse todo o meu corpo brilhar.

Toda aquela mestria fez-me relembrar os momentos, que há muitos anos atrás, passei contigo...
Todo o requite dos teus beijos, o teu perfume tão aromático, o teu toque tão suave como as pétalas de uma rosa selvagem, o teu Amor tão perfeito como aquilo com que, agora, eu me maravilhava.
Já passou tanto tempo - apercebo-me.
Desejava não te ter perdido, não ter perdido o teu Amor, o teu Carinho, o teu Desejo...
Desejava não te ter perdido à tanto tempo atrás. Nada posso agora fazer, para alterar o passado mais perfeito que alguma vez tivera.

De repente todos aqueles pequenos barulhos que há tanto tempo eu escutara pararam.
Apenas ouvia o caminhar de alguém atrás de mim.

O meu coração começou a bater forte com o medo e o receio de quem ou o quê poderia ser...
Lentamente viro o meu pescoço em direcção ao som que cada vez se torna mais próximo e mais audivel.

Perplexidade, foi o que senti ao ver-te chegar, perfeito como sempre...
A tua pele clara e suave estava brilhante devido aos raios de sol, os teus lábios vermelhos cor de cereja chamavam-me, os teus olhos castanhos e profundos pediam-me perdão, o teu coração batia por mim.
Levantei-me rápida e atrapalhadamente, arranjei o meu vestido, lancei o cabelo para trás... Queria estar perfeita para ti!
Comecei a andar na tua direcção, esperando anciosamente por chegar perto de ti e me lançar nos teus braços.
A distância por fim acabava e eu chegava perto de ti para me deleitar na tua pele suave e carinhosa, para me encantar com a doçura dos teus lábios e para sempre descansar ao teu lado.

Quando me lancei nos teus braços tu... desapareces-te e o eco apenas mencionou: "Eu Amo-te, nunca te esqueças!".

Eu Amo-te, nunca te esqueças Eu Amo-te, nunca te esqueças Eu Amo-te, nunca te esqueças Eu Amo-te, nunca te esqueças Eu Amo-te, nunca te esqueças Eu Amo-te, nunca te esqueças Eu Amo-te, nunca te esqueças Eu Amo-te, nunca te esqueças Eu Amo-te, nunca te esqueças Eu Amo-te, nunca te esqueças

Tudo se tornou escuro, o céu repleto de nuvens negras que em breve descarregariam a sua fúria.
Não haviam flores nem reflexos do sol. Tudo estava escuro! E a dor que sentia dominou-me por completo. Não consigo respirar.

Lembrei-me de tudo o que durante anos tentara esquecer.
Tu não estás aqui, nunca mais estarás, nunca mais verei o brilho dos teus olhos nem provarei a doçura dos teus lábios, nunca mais descansarei nos teus braços...
Não poderei mais partilhar qualquer momento contigo, não mais poderei tocar-te nem esperar por ti porque nunca irás aparecer...
Mas eu também não permaneci nem permanecerei...
Porque eu morri no dia em que morres-te, apenas o meu Amor sobreviveu e o eco que pronunciava:

"Sempre te Amarei" ... »

4 comentários:

  1. :O..
    Não estava mesmo nada a espera desta final..
    Foiiii... *.*

    Aiii.. Não ha Palavras..

    "lagrima no cantinho do olho :')"

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  2. Confesso que enquanto escrevia também fiquei com uma lágrimazinha, acho que me surpreendi a mim mesma com o final ... :')

    Obrigado *.*

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  3. Oin*.* Gostei, tu sabes escrever...
    E obrigada pelos elogios ao meu blog=P
    Ainda bem que te divertiste!
    Beijinhos J

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  4. Ainda bem que gostas-te :)
    Não tens de agradecer :b
    Mas diverti-me imenso sim!

    Beijinho *)

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