Os dias passavam a correr e finalmente, o momento que, há meses, eu esperava chegara: o dia do meu casamento. A minha mãe não aceitou vir, ainda se encontra aborrecida pela minha decisão de ter ficado por cá. A irmã de Tiago ficou a preparar as meninas enquanto a mãe dele me ajudava a vestir. Sempre achei que seria exigente demais com o meu vestido e que demoraria uma eternidade para encontrar o ideal, mas não, assim que o vi apaixonei-me e assim que o vesti senti que era aquele, que era o tal… As minhas lágrimas tinham surgido naquele momento. Enquanto a cabeleireira penteava o meu cabelo e me maquilhava eu sentia aquele nervoso miudinho percorrer o meu corpo. Será que Tiago também se sentia dessa forma?
Quando finalmente fiquei pronta olhei-me ao espelho apercebendo-me que o momento estava a chegar rapidamente. A irmã de Tiago entrou no quarto trazendo as minhas princesas. Ambas vestiam um pequeno vestidinho cor-de-rosa com um pequeno lacinho a debruar-lhes o cabelo loiro e encaracolado. Sorri para elas e dei-lhes um pequeno beijinho no nariz. O brilho dos olhinhos delas diziam que gostavam da forma como a mamã estava, que sentiam a minha felicidade e o quanto aquele momento era importante para a nossa família. Avisaram-me que Tiago já havia saído e que dentro de cinco minutos chegaria à igreja. Os nervos começavam a instalar-se apressadamente e eu sentia aquela sensação de arrepio no estômago.
O meu carro esperava-me e eu saí com ambas as meninas. O meu pai já me esperava pois levar-me-ia ao altar. O caminho que percorremos até à igreja foi desgastante com tantas energias a percorrerem-me, ainda assim fui capaz de lá chegar completamente perfeita. As portas da igreja abriram-se fazendo ressoar o som que demonstrava a sua antiguidade. Olhei para o fundo da igreja e perto do altar lá estavas tu, lindo, estonteante e magnetizante. Comecei a avançar ao som da música nupcial e quando as nossas mãos se tocaram tudo à nossa volta brilhou como um mar de estrelas. Sorrimos um para o outro, um sorriso verdadeiro e leal, um sorriso que demonstrava a nossa felicidade e uma lágrima que mostrava a nossa emoção.
Foi um momento perfeito, com toda a popa e circunstância. Saímos da igreja recebendo uma ovação de pétalas de flores e arroz. O beijo que demos foi mais especial do que todos os outros que havíamos trocado.
Eu estava feliz, não conseguia aguentar tanta felicidade dentro de mim. Partimos em direcção à quinta onde iríamos, de certa forma, comemorar este grande acontecimento. Enquanto eu segurava Anita Tiago segurava Ariana. Elas estavam a crescer a olhos vistos, lindas e cada vez mais parecidas connosco. Quando chegou a altura de tirar as fotografias as meninas não nos queriam largar por esse mesmo motivo foram connosco sendo as estrelas daquele momento. Ali, enquanto eu segurava as minhas filhas e tinha o meu marido a meu lado apercebi-me que a minha família estava finalmente criada e que eu não podia sentir-me mais feliz.
Sou uma mulher de sorte não sou?
Fim